Extraído do Livro MENSAGENS REVELADAS - Volume 2 - Pág: 55
- Bispo Emir Castro de Macedo
Exortação à Igreja
Nestes dias calamitosos, há muitos corações confusos. Eles tentam encontrar uma solução rápida e fácil; ignorando os preceitos divinos, sua paciência, sua infinita sabedoria e o intenso cuidado como Pai celestial pelos filhos. Os homens buscam o auxílio dos outros homens e, nada encontrando, buscam as forças do mal, envolvendo-se nas malhas do maligno. Entretanto, a Palavra de Deus, que não falha, nos afirma que Satanás é um inimigo derrotado. O Senhor Jesus Cristo o derrotou na cruz do Calvário, morrendo em nosso lugar. Não existe maior amor do que este. Os que dão crédito à mentira e ao engano são adeptos do adversário que é chamado pai da mentira. As armadilhas começam com o descrédito à Bíblia, a crítica à verdadeira obra da Palavra e do Espírito. Para onde iremos nós, Senhor, bradavam angustiados os discípulos, se só tu tens palavras de vida eterna? Sim, amado, para onde iremos? Somente Ele dá paz, sossego, tranquilidade e perdão completo de todas as nossas faltas.
“Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” – Romanos 8:1.
O livramento dos males do presente século vem através de uma só pessoa: Jesus Cristo, o único Senhor e Salvador. Felizes são os que NELE confiam. Não devemos exigir do Senhor um dilúvio de emoções. Não nos aproximemos dele com um juízo previamente formado a respeito daquilo que desejamos e determinamos, porque Deus sabe melhor do que nós, o que nos deve dar. Aceitemos mansamente o que Ele julgar melhor. Paulo teve tão admiráveis manifestações de coisas espirituais, que necessitou de um espinho na carne para não se exaltar e entender que em tudo devia dar graças.
Em II Coríntios 12, o apóstolo Paulo narra sua forte experiência nesse sentido. Nos versículos 1-6, ele diz que Deus o levou ao terceiro céu, deu-lhe visões e revelou-lhe o mistério da Sua vontade e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. No versículo 7, lemos: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte”. Paulo, por três vezes, orou a Deus, pedindo-lhe que tirasse aquilo, ao que Deus lhe respondeu: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Graça abundante na fraqueza não é esperar que o Senhor tire o espinho da carne, e sim que aumente a comunhão com Ele – o transbordar de graça. Que glória! Paulo reconheceu então que quando era fraco, aí é que era forte, pois o poder de Deus podia operar nele (versículo 10), vivendo inteiramente na dependência de Deus.
O Senhor nos livre do orgulho espiritual e da exaltação e satisfação do ego.
O crente ególatra é habitado pela carne e pelo Espírito, e nunca permite a plenitude do Espírito. A vida do “eu” protesta clamorosamente contra a plenitude do Espírito da Palavra e se opõe à inteira submissão de nossa vida ao Senhor. O egoísmo é a fortaleza da carne. O que o Espírito mais deseja é aquilo ao que a carne mais resiste. Permitamos, de uma vez para sempre, amados, que a selvagem, perturbadora e apaixonada resistência do “eu”, seja esmagada pela mão poderosa do Senhor Jesus.
Que maravilhoso será o dia em que, compungidos pelo Espírito da Palavra, pudermos dar o seguinte brado de vitória, despojando o Ego de sua posição de domínio: “Senhor Jesus, eu abraço a tua vontade para sempre, renunciando a todos os meus planos e propósitos, todos os meus desejos e esperanças. Leva de mim tudo o que precisares. Manda-me o que desejares que venha. Conduza-me para onde quiseres. Revela-me tudo o que achares que eu deva abandonar, capacitando-me para a ação da vitória. Eis-me presente para fazer a Tua vontade que conheço e não ultrapassar os limites da Tua poderosa Palavra que é perfeita e suficiente. Amém!”
Quantos erram, rebelando-se e não reconhecendo aqueles que foram dotados da autoridade divinamente instituída por Deus para conduzir o rebanho do Senhor nos princípios de obediência de sua poderosa Palavra. O exemplo de Judas Iscariotes que, rebelando-se a troco de dinheiro contra a autoridade divina, pôs a sua confiança numa corda fraca, ficando por algum tempo pendurado entre o céu e a terra, enquanto as traiçoeiras rochas pontiagudas o esperavam ansiosamente para despedaçar o seu corpo e sua carne, que não se deixaram dominar pelo poder da Palavra. Jesus foi pendurado entre o céu e a terra. Desceu à sepultura, deu o brado de vitória sobre o inferno e a morte. Levantou a pedra com o selo do governo romano que procurava mantê-lo embaixo; e é a Pedra Angular da igreja. Ele nos selou com o seu Santo Espírito. Que diferença!
A nossa postura deve ser confiar nele, certo de que Ele reside em nós. Deixemos que o Espírito Santo trabalhe em nós até que Ele possa trabalhar por nós, reconhecendo que o ouro só pode ser distribuído com real valor, depois de purificado das escórias. Quando o homem velho é expulso, o novo é introduzido.
Amados, não permitamos que a nossa vontade para submissão seja um processo, mas um ato definitivo, realizado de uma vez para sempre, e, como tal, satisfazendo a Deus. Sigamos o exemplo do patriarca Jó que, num só dia, tornou-se um homem arruinado. Ele não sabia da vontade permissiva de Deus, todavia, após perder as riquezas e os filhos (Jó 1:13 19), sua reação foi: “... então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, raspou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” – Versículos 20 e 21. O segundo assalto de Satanás foi contra a saúde de Jó, atacando-o com tumores malignos desde a planta dos pés ao alto da cabeça. Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se, provocando o descontrole total de sua mulher, levando-a a uma nefasta reação contra Deus, sugerindo que Jó amaldiçoasse a Deus e morresse. Novamente, Jó resiste, não pecando com os seus lábios – Jó 2:1. Finalmente, foi abandonado pelos amigos que o acusam de pecado. Contudo, no capítulo 17:3, encontramos algo maravilhosíssimo: “Dá-me, pois, um penhor, sê o meu fiador para contigo mesmo”.
Em Jó 42:5-6, já completamente esvaziado, no “ponto zero”, viu, como pela revelação, Jesus, e, como não se rebelou, pôde experimentar a vitória, o coroamento das provações – Jó 42:10.
Sábio é aquele que usa o seu vaso de prata como se fosse barro. Não menos sábio é aquele que usa o seu vaso de barro como se fosse de prata.
O interior de Jó se fortalecia, enquanto o exterior se corrompia.
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