Extraído do Livro Jesus Ungido em Betânia - Pág: 37
- Bispo Emir Castro de Macedo
Revelação Sobre Cantares de Salomão
“Eu
dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo:
abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha
cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite. Já despi a
minha roupa; como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a
sujar? O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas
estremeceram por amor dele. Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas
mãos gotejavam mirra, e os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas
da fechadura. Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado tinha se retirado, e
tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou; busquei-o e não o achei,
chamei-o e não me respondeu.” Cânticos 5:2-6
Introdução
Cantares 4
Nesse capítulo encontramos toda a preparação para o derramamento do Espírito Santo. No Versos 8, o convite a vir ao seu encontro. Reconhecimento do Senhor ao trabalho da verdadeira igreja; e no verso 16, o derramamento do Espírito Santo e a preparação para a expansão do Reino de Deus. Esse capítulo fala da noite chegando, dos perigos finais, do arrebatamento da igreja e da Grande Ceia.
No Verso 1 - “Colhi a minha mirra” – Exprime a hora de dor, de sofrimento. Com a especiaria – ainda que lembrada – a hora da dor e do sofrimento passou. “Comi o meu favo com o meu mel”; a Palavra que não volta vazia; o Senhor Jesus Cristo participando da obra que a igreja realiza, confirmando o verso 11 - a igreja com a Palavra e o Espírito (mel e leite). Quando a igreja é fiel ao Senhor na Palavra, ela faz o coração do Senhor Jesus alegrar-se. O Senhor já tem tudo pronto para galardoar os fiéis perseverantes.
O grande alerta para a Igreja - Cantares 5:2
Alerta na noite.
O convite é feito. “Abre-me, minha irmã, querida minha... porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite”. Vemos o trabalho do Salvador para todos. As características da Esposa, a igreja pronta para o arrebatamento: Apocalipse 19:7,8 – “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos". Que noite escura – três horas de trevas no Calvário. E Ele as dissipou por nós.
Alguém que dormia.
Quem dormia? As virgens loucas de Mateus 25. O coração velava. Estava com a Palavra, e esta impedia que o sono fosse profundo. Era possível ouvir o que se passava ao redor, presenciar os movimentos que havia em torno e até esperavam o esposo, pois tinham candeias e vestes. Eram idênticas às prudentes até certo ponto, mas havia uma única diferença: não se proveram de azeite! Ao aproximar-se a meia-noite, o clamor foi ouvido: Eis o Noivo! – “Aí vem o Esposo”.
Ah! Que calamidade este tempo do fim. Os infiéis sabem que precisam do azeite, passam o tempo confessando: “Precisamos nos avivar”, “As coisas não vão bem”, “Preciso fazer isto”. Até se movimentam, e às vezes muito; mas não vão à venda, ao lugar onde se encontra o verdadeiro óleo para o fogo, o tão necessário aquecimento para saírem do mornidão espiritual, com as consequências de Apocalipse 3:15,16 – “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.”
E por quê? Por causa da escuridão, pois estão envolvidos por elas; procrastinam sempre nas decisões e vão misturando os valores, da igreja e do mundo. Oh! Como o Senhor Jesus, o Sumo Pastor, sofreu no meio dos seus, das próprias ovelhas que conduzia, tendo de ver Judas metendo a mão no dinheiro e até vendendo-o por trinta moedas de prata. Quem sabe o que Satanás soprava em seus ouvidos? Os seus filhos necessitam disto, a sua família precisa de um terreno. Lamentável que Judas não entendesse; estando na Luz, dela saiu e entrou nas trevas exteriores, onde há choro e ranger de dentes e quanto aos seus filhos, foram vistos mendigando pelas ruas de Jerusalém. Um Pedro que feria Malco, servo do sumo sacerdote, e O negava diante dos escarnecedores; outros pedindo e lutando por privilégios e se prendendo a eles. As virgens néscias – obra paralela – acompanham as virgens prudentes – verdadeira obra do Espírito.
Hoje, ele bate à porta, convida, alerta, exorta – Apocalipse 3:20 – “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo". O amanhã está bem próximo. À semelhança das virgens que, desesperadas, clamavam: “abre-nos, abre-nos!”, também essa igreja, no sentido genérico e pessoal, se lamentará ao lembrar-se do quanto o Senhor alertou: “Abre-me, a minha cabeça está cheia do orvalho. Os meus cabelos das gotas da noite”. Ele está dizendo agora para você: Se todo o seu corpo for luminoso, sem ter nenhuma parte em trevas, eu tenho o refrigério e bênçãos para você nesta hora da noite.
Lucas 11:33-36 - “E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a candeia te ilumina com o seu resplendor.”
Salmos 121:2-3 - “O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda.”
Que hora
amarga será a lembrança de quantas vezes o Senhor bateu, alertou. Não
será este livro uma batida do Senhor à porta do seu coração? Lucas
12:35-37 – “Cingido esteja o vosso corpo, e acesas
as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor,
ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta,
logo lhe abram. Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os
encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes
lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá”.
Já despi os meus vestidos - Cantares 5:3
Abrange vários aspectos, e são vários os sentidos: desejo de conforto – comodismo: “EU vou trabalhar e vou ficar por aqui”; “Vou desfrutar agora deste meu trabalho”; “Se EU for removido daqui esta obra vai parar”; “Já trabalhei demais”.
Para quem age assim, o Senhor não pode exercer a sua graça, como fez com Paulo: Atos 23:11 – “Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma”. O desejo de conforto nada mais é do que negligência no serviço, e que pode se transformar em rebelião. I Samuel 15:23 - “A rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar.”
Vestes nupciais tiradas
a) A santificação (separação) foi desprezada, pela vontade própria; o EGO, em evidência – adaptação ao sistema vigente. A obediência é ignorada – separação nem se fala; isto é um exagero. A igreja que dorme parou de santificar-se, parou de vigiar.
b) Significa a bênção da salvação tirada – está nua: “Não sabes que és cego, pobre e nu” – a Igreja de Laodiceia necessita ouvir e colocar em prática o conselho do Senhor – Apocalipse 3:17-19 – “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te". É preciso cuidado para que o “já despi os vestidos e já lavei os pés” não seja um fato consumado em sua vida, mente e coração.
Versos 4 – “O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.”
A igreja que dorme parou no tempo e no espaço, como as virgens loucas. Ela também sente quando Ele está presente, quando sua mão toca a fresta da porta; até estremece e sente sua presença ao mínimo toque do Senhor. Ela quer a bênção do Senhor, gosta de ouvir Sua voz, gosta de cura e das libertações, mas não obedece.
Há pouco tempo, eu conversei com um obreiro, que estava afastado do serviço. Ele apresentou muitas desculpas para o serviço. Além disso, manifestou como era grande o seu ego, quando disse, sem se preocupar com o conserto de sua vida: “Estou afastado, mas orei e o fogo caiu na igreja”. E a sua vigilância, amigo?
Os dez leprosos também queriam a bênção e a receberam; mas só um voltou para dar glória a Deus e foi salvo. Muitos são chamados e poucos, escolhidos; os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos – Mateus 20:16 - “Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.”
Se os últimos estão sendo abençoados, galardoados, chegaram depois e estão sendo comissionados para a obra, não desanime. Seja o último a fazer o fechamento do trabalho; aguarde, não desista. É hora de buscar o Espírito Santo com toda a diligência e ser por ele guiado ao caminho da santificação e preparação para o arrebatamento da igreja. Não há tempo a perder. Que tristeza para as néscias: “Abre-nos, abre-nos! – Não vos conheço” – Mateus 25:11.
Em Isaías 5, o Senhor preparou tudo; esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas. Agora que se aproxima o arrebatamento, as uvas bravas estão em evidência – obras de aparência, interior ou segundo tabernáculo em rebelião, sem humilhação e arrependimento. EGO em ação. Exaltação própria, sem renúncia – Parreira de uvas bravas.
Isaías 5:1-5 – “Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada...”
Em João 15, vemos uma videira verdadeira, e entre as folhas há um cacho de uvas boas que é a igreja verdadeira, do deserto – a mulher que recebeu as duas asas da grande águia – a Palavra e o Espírito – Apocalipse 12:14,1 - “Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. Mas, ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.”
Ela se alimenta da árvore da vida, tem saúde em suas folhas, bebe do rio da água da vida e desfruta da promessa de Malaquias 4:2: “Mas para vós outros que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça trazendo salvação nas suas asas...” – a Palavra e o Espírito.
Uvas bravas: Passam pelo lagar, mas pegam as pedras que o Senhor tirou da vinha (outros fundamentos). Oram, entretanto nunca sobem à torre de vigia. Vivem em torno de si mesmos. Acham que tudo que fazem é melhor, embora deixem atrás de si uma praga de crente “andorinha”. As marcas de carne do homem natural, do primeiro Adão, são difíceis de apagar. Os frutos procurados pelo Senhor possuem o selo do segundo Adão, que é espiritual. Frutos compreendidos entre o Alfa e Ômega.